sexta-feira, 3 de julho de 2009

Dentro de Mim

Sou o vôo rasante
O amigo D I S TA N TE
E por um instante
Eu finjo que não sou
As mãos que te afagam
Os lábios que embriagam
O rio que deságua
No mar dos teus quereres

Sou a hora marcada
De um relógio quebrado
E você diz que delícia
É tempo de recomeçar

Sóbrio sou discreto
E sou só brio no concreto de Brasília
Sou antena parabólica
Sou uma frase num pára-choque de caminhão
Sou desejo,sou ternura,sou tesão
Sou motocicleta na contra-mão

Sou e não sou
E querendo não ser
Vivo sendo
Tua novela das sete
Pessoa que não merece
Nem um pingo da sua atenção.

Sou desatino
Sou aquele menino
Que aos vinte e poucos
Ainda não aprendeu a crescer
Sou estrela
Sou mito
Sou cowboy
No planeta dos aflitos
Apareço como bandido
No mesmo filme que sou herói

Sou teus dedos no telefone
Trêmulos a esconder a tua fome
A tua vontade de ligar
De chorar,de voltar
De gritar meu nome

Sinto muito
Mas hoje sou o que sou
Por que em mim
Há muito de nós dois.

Nenhum comentário:

Postar um comentário