Sou o vôo rasante
O amigo D I S TA N TE
E por um instante
Eu finjo que não sou
As mãos que te afagam
Os lábios que embriagam
O rio que deságua
No mar dos teus quereres
Sou a hora marcada
De um relógio quebrado
E você diz que delícia
É tempo de recomeçar
Sóbrio sou discreto
E sou só brio no concreto de Brasília
Sou antena parabólica
Sou uma frase num pára-choque de caminhão
Sou desejo,sou ternura,sou tesão
Sou motocicleta na contra-mão
Sou e não sou
E querendo não ser
Vivo sendo
Tua novela das sete
Pessoa que não merece
Nem um pingo da sua atenção.
Sou desatino
Sou aquele menino
Que aos vinte e poucos
Ainda não aprendeu a crescer
Sou estrela
Sou mito
Sou cowboy
No planeta dos aflitos
Apareço como bandido
No mesmo filme que sou herói
Sou teus dedos no telefone
Trêmulos a esconder a tua fome
A tua vontade de ligar
De chorar,de voltar
De gritar meu nome
Sinto muito
Mas hoje sou o que sou
Por que em mim
Há muito de nós dois.
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